sábado, 1 de outubro de 2011

Soneto de inspiração


Não te amo como uma criança, nem

Como um homem e nem como um mendigo

Amo-te como se ama todo o bem

Que o grande mal da vida traz consigo.


Não é nem pela calma que me vem

De amar, nem pela glória do perigo

Que me vem de te amar, que te amo; digo

Antes que por te amar não sou ninguém.


Amo-te pelo que és, pequena e doce

Pela infinita inércia que me trouxe

A culpa é de te amar - soubesse eu ver

Através da tua carne defendida

Que sou triste demais para esta vida

E que és pura demais para sofrer.

Vinícius de Moraes

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