domingo, 20 de novembro de 2011

A mulher de Peixes

A mulher de Peixes é conhecidíssima no zodíaco. São as mulheres à moda antiga, digamos assim. As mais femininas de todas, de uma forma que nem as librianas sabem ser. Se você procura a mulher para quem você puxa a cadeira, que pula nos seus braços quando sente medo e que olha pra você com toda a admiração que você viu poucas vezes na sua vida, então aqui está sua Chapeuzinho Vermelho. Proteje-a do lobo.
Ela é uma sonhadora, crente fervorosa no alter ego das pessoas que ama. Ela crê que o homem com quem está é capaz de protege-la de uma dúzia de perigosos bandidos que possam abordá-la numa rua obscura. E um toque de sua fé mágica acaba convencendo-o que sim, é possível. Ela é a mulher que muitos homens desejam, e acaba atraindo para si muitos dos olhares masculinos. Ela é isso... Nem mais, nem menos. Mulher na medida de uma mulher.
A amante de peixes é como retiro espiritual onde você recarrega suas energias. Ela é suave e torna as coisas suaves. Acalmam. E sem fazer força ou usar de artificios acabam atraindo os homens pela energia que emana. Dificilmente culpará você por tudo, será exigente ou egoísta. É tão boa que nem parece verdade. O que é interessante porque as piscianas também são conhecidas por serem esponjas humanas. Absorvem para si todos os problemas dos outros. Assumem, decidem cuidar deles. Certamenteque ela tem um bocado de problemas em sua vida e é bom que você não seja mais um deles. Elas são plácidas, mas vez ou outra (assim no susto do de vez em quando) ela abre firme suas guelras e esbraveja pra fora tudo que ela quiser...Porque é o direito dela depois de tanto tempo absorvendo tudo. Então, cuidado, uma hora seu peixinho vai pular pra fora do aquario se você abusar demais.
São sonhadoras e ex-tre-ma-men-te sentimentais. Quando se sente magoada é capaz de derramar rios inteiros de lágrimas. É o tipo da mulher que chora na DR. E pode acreditar que você vai se sentir um assassino de coelhos nessa hora achando que cometeu a maior maldade do mundo. Elas sabem como parecer frágeis. Bom, mas elas não são. De outra forma, como elas poderiam ter sobrevivido ao enxame de conflitos e atribulações que rondam sua vida? Elas são fortes porque continuam a nadar sempre, como um peixe.
São tímidas. Tímidas mesmo. Então vai dar um trabalho se você quiser pescar o seu peixe. Ela ficará acanhada de vir abocanhar a isca. Em casos mais extremos a pisciana fecha bem suas escamas, foge do cardume e começa a imaginar porque é assim tão só. No fundo, seu intenso desejo de fazer bem a todas as pessoas que ama, a faz crer que sua presença e suas vontades, de alguma forma, está pressionando, impondo, explorando ou se aproveitando dos outros, quando na verdade não é nada disso. Nessas horas é importante que seu amante seja alguém independente, firme e eloquente para colocar ordem no oceano pisciano.
Mas no fim dessa história a mulher de peixes sempre será aquela moça exalando feminilidade para todos os lados. A que passa com os olhos masculinos acompanhando, não seu porte, não sua beleza, apenas ela. Porque é difícil achar uma mulher que decidiu se assumir estritamente como mulher e o mínimo possivel de masculinidade. Ela não quer avançar, não quer corromper e nem muito menos trocar os papéis com seu namorado. Ela só precisa ser enlaçada por seu braço forte em troca de sua paz.
É um oceano particular. Tormenta e calmaria em curvas precisamente femininas.
Não deixe escapar essa mulher de suas mãos...


sábado, 12 de novembro de 2011

Vocabulário feminino

Se eu tivesse que escolher uma palavra
- apenas uma -
para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje,
essa palavra seria um verbo de quatro sílabas:
descomplicar.
Depois de infinitas (e imensas) conquistas,
acho que está passando da hora de aprendermos
a viver com mais leveza:
exigir menos dos outros e de nós próprias,
cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa,
olhar menos para o espelho.

Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão
falada qualidade de vida que queremos - e merecemos - ter.

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial
da mulher moderna.
Amizade, por exemplo.
Acostumadas a concentrar nossos
sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas,
acabamos deixando as amigas em segundo plano.

E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher
quanto a convivência com as amigas.
Ir ao cinema com elas
(que gostam dos mesmos filmes que a gente),
sair sem ter hora para voltar,
compartilhar uma caipivodca de morango
e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes
- isso, sim, faz bem para a pele.

Para a alma, então, nem se fala.

Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma
boa amizade consegue proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário
duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino:
pausa e silêncio.

Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos,
três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia
- não importa - e a ficar em silêncio.

Essas pausas silenciosas nos permitem refletir,
contar até 100 antes de uma decisão importante,
entender melhor os próprios sentimentos,
reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir.
Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão
de uma mulher mal-humorada.
Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas
do nosso dia a dia.
Se for preciso, pegue uma comédia na locadora,
preste atenção na conversa de duas crianças,
marque um encontro com aquela amiga engraçada
- faça qualquer coisa, mas ria.
O riso nos salva de nós mesmas,
cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado:
mulheres que falam em regime o tempo
todo costumam ser péssimas companhias.

Deixe para discutir carboidratos
e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista.
Nas mesas de restaurantes, nem pensar.

Se for para ficar contando calorias,
descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa
do companheiro de mesa com reprovação e inveja,
melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface
e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão?
Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que,
essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia:
gentileza.

Ter classe não é usar roupas de grife:
é ser delicada.
Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir.

Resgate aquele velho exercício que anda esquecido:
aprenda a se colocar no lugar do outro,
e trate-o como você gostaria de ser tratada,
seja no trânsito, na fila do banco,
na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado,
na academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser
indissociáveis da vida:
sonhar e recomeçar.

Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia,
o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?)
ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Brad Pitt ...
sonhar é quase fazer acontecer.
Sonhe até que aconteça.

E recomece, sempre que for preciso:
seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares.
A vida nos dá um espaço de manobra:
use-o para reinventar a si mesma.

E, por último (agora, sim, encerrando),
risque do seu Aurélio a palavra perfeição.

O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades,
inseguranças, limites.

Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita,
a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo,
a esposa nota mil.

Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam,
bumbum que encara qualquer biquíni.
Mulheres reais são mulheres imperfeitas.
E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres.
Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem
(e a busca da perfeição pesa toneladas),
a tão sonhada felicidade fica muito mais possível.




Leila Ferreira

sábado, 5 de novembro de 2011

Crescer - Martha Medeiros

Crescer custa, demora, esfola, mas compensa.
É uma vitória secreta, sem testemunhas.
O adversário somos nós mesmos.

Martha Medeiros

domingo, 30 de outubro de 2011

Estou nessa fase...

“É impossível.” disse o orgulho.
“É arriscado.” disse a experiência.
“É inútil.”disse a razão.
“Dê uma chance.” disse o coração.

domingo, 23 de outubro de 2011

Bob Marley sobre como amar uma mulher

“Você pode não ser o primeiro homem dela, o último homem dela ou o único homem dela. Ela amou antes, pode ser que ela ame de novo. Mas se ela se ama agora, o que mais importa? Ela não é perfeita - você também não é, e vocês dois podem nunca ser perfeitos juntos, mas se ela te faz rir, te faz pensar duas vezes, e admite ser humana e cometer erros, segure-se a ela e dê a ela o máximo que você puder. Ela pode não estar pensando em você a cada segundo do dia, mas ela te dará uma parte dela que ela sabe que você pode quebrar - o coração dela. Então não machuque ela, não mude ela, não analise e não espere mais do que ela pode dar. Sorria quando ela te fizer feliz, diga a ela quando ela te deixar com raiva, e sinta a falta dela quando ela não estiver por perto.”

Bob Marley

sábado, 8 de outubro de 2011

Não há razão para não seguir o seu coração

          ‎"Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões. Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é apenas importante.
           Não há razão para não seguir o seu coração. Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração." 

[Steve Jobs]

sábado, 1 de outubro de 2011

Despedida

Pegarei todos os meus sonhos e os despacharei em envelope pardo, destinatário incerto, sem remetente.
Passarei um pincel escuro no arco-íris que inocentemente eu desenhei, carregado de cores.
Amassarei de vez todas as flores de mentirosas esperanças e
arrancarei até mesmo os falsos botões que estão por vir.

Nublarei a noite quando ela me escancarar a lua cheia, apagarei uma a uma, todas as estrelas que teimarem em tremeluzir.
Tingirei de cinza a manhã mais luminosa do meu santuário, emudecerei o canto do meu sabiá canoro e não farei mais festa para o meu colibri.

Desfarei todas as pegadas do caminho, onde os teus passos e os meus estiveram perfilados.
Encherei de colcheias e semifusas confusas todas as canções que arrancaram lágrimas deste meu coração emocionado.
Farei em pedacinhos, pequenas e grandes lembranças palpáveis, sem esquecer aquele CD e o vestido de marquinhas, aquele que tu gostavas, mas não chegaste a conhecer.

Destroçarei também as recordações não palpáveis, que um dia me deram provas incontestes do teu amor
E dizimarei todas as angélicas hostes que me atrelaram a ti, esquecidas da minha dor.

E se porventura em sonhos minha alma desvairada te buscar e,
em prantos te encontrar andando pela rua,
Abraça-me com aquele carinho de antigamente,
porque sonhando, nossas almas não mentem
e a minha te dirá que ainda sou tua.


Fátima Irene Pinto

Tarefa

Morder o fruto amargo e não cuspir
mas avisar aos outros quanto é amargo,
cumprir o trato injusto e não falhar
mas avisar aos outros quanto é injusto,
sofrer o esquema falso e não ceder
mas avisar aos outros quanto é falso;
dizer também que são coisas mutáveis...
E quando em muitos a noção pulsar
— do amargo e injusto e falso por mudar —
então confiar à gente exausta o plano
de um mundo novo e muito mais humano.

Geir Campos

Soneto de inspiração


Não te amo como uma criança, nem

Como um homem e nem como um mendigo

Amo-te como se ama todo o bem

Que o grande mal da vida traz consigo.


Não é nem pela calma que me vem

De amar, nem pela glória do perigo

Que me vem de te amar, que te amo; digo

Antes que por te amar não sou ninguém.


Amo-te pelo que és, pequena e doce

Pela infinita inércia que me trouxe

A culpa é de te amar - soubesse eu ver

Através da tua carne defendida

Que sou triste demais para esta vida

E que és pura demais para sofrer.

Vinícius de Moraes

Motivo

Eu canto porque o instante existe

e a minha vida está completa.

Não sou alegre nem sou triste:

sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,

não sinto gozo nem tormento.

Atravesso noites e dias

no vento.

Se desmorono ou se edifico,

se permaneço ou me desfaço,

- não sei, não sei. Não sei se fico

ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.

Tem sangue eterno a asa ritmada.

E um dia sei que estarei mudo:

- mais nada.


Cecília Meireles

Soneto de Fidelidade


De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.


Vinícius de Morais

SONETO DE SEPARAÇÃO

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.


Vinícius de Morais

Homem não chora


Homem não chora
Nem por dor
Nem por amor
E antes que eu me esqueça
Nunca me passou pela cabeça
Lhe pedir perdão
E só porque eu estou aqui
Ajoelhado no chão
Com o coração na mão
Não quer dizer
Que tudo mudou
Que o tempo parou
Que você ganhou

Frejat/Alvin L.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

SÓ TEM MULHER QUEM PODE

"Tenho apenas um exemplar em casa, que mantenho com muito zelo e dedicação, mas na verdade acredito que é ela quem me mantém. Mulher vive de carinho. Dê-lhe em abundância. É coisa de homem sim, e se ela não receber de você vai pegar de outro. Beijos matinais e um 'eu te amo’ no café da manhã as mantém viçosas e perfumadas durante todo o dia. Flores também fazem parte de seu cardápio – mulher que não recebe flores, murcha rapidamente e adquire traços masculinos como rispidez e brutalidade. Respeite a natureza. Você não suporta TPM? Case-se com um homem. Mulheres menstruam, choram por nada, gostam de falar do próprio dia. Não faça sombra sobre ela. Se você quiser ser um grande homem tenha uma mulher ao seu lado, nunca atrás. Assim, quando ela brilhar, você vai pegar um bronzeado. Porém, se ela estiver atrás, você vai levar um pé-na-bunda. Aceite: mulheres também têm luz própria e não dependem de nós para brilhar. O homem sábio alimenta os potenciais da parceira e os utiliza para motivar os próprios. Ele sabe que, preservando e cultivando a mulher, ele estará salvando a si mesmo. É, meu amigo, se você acha que ter mulher custa caro demais, vire gay. Só tem mulher quem pode!"



Luiz Fernando Veríssimo

quinta-feira, 15 de setembro de 2011


LER DEVIA SER PROIBIDO
Guiomar de Grammont
A pensar fundo na questão, eu diria que ler devia ser proibido. Afinal de contas, ler faz muito mal às pessoas: acorda os homens para realidades impossíveis, tornando-os incapazes de suportar o mundo insosso e ordinário em que vivem. A leitura induz à loucura, desloca o homem do humilde lugar que lhe fora destinado no corpo social. Não me deixam mentir os exemplos de Dom Quixote e Madamme Bovary. O primeiro, coitado, de tanto ler aventuras de cavalheiros que jamais existiram, meteu-se pelo mundo afora, a crer-se capaz de reformar o mundo, quilha de ossos que mal sustinha a si e ao pobre Rocinante. Quanto à pobre Emma Bovary, tomou-se esposa inútil para fofocas e bordados, perdendo-se em delírios sobre bailes e amores cortesãos.
Ler realmente não faz bem. A criança que lê pode se tornar um adulto perigoso, inconformado com os problemas do mundo, induzido a crer que tudo pode ser de outra forma. Afinal de contas, a leitura desenvolve um poder incontrolável. Liberta o homem excessivamente. Sem a leitura, ele morreria feliz, ignorante dos grilhões que o encerram. Sem a leitura, ainda, estaria mais afeito à realidade quotidiana, se dedicaria ao trabalho com afinco, sem procurar enriquecê-la com cabriolas da imaginação.
Sem ler, o homem jamais saberia a extensão do prazer. Não experimentaria nunca o sumo Bem de Aristóteles: o conhecer. Mas para que conhecer se, na maior parte dos casos, o que necessita é apenas executar ordens? Se o que deve, enfim, é fazer o que dele esperam e nada mais?
Ler pode provocar o inesperado. Pode fazer com que o homem crie atalhos para caminhos que devem necessariamente ser longos. Ler pode gerar a invenção. Pode estimular a imaginação de forma a levar o ser humano além do que lhe é devido.
Além disso, os livros estimulam o sonho, a imaginação, a fantasia. Nos transportam a paraísos misteriosos, nos fazem enxergar unicórnios azuis e palácios de cristal. Nos fazem acreditar que a vida é mais do que um punhado de pó em movimento. Que há algo a descobrir. Há horizontes para além das montanhas, há estrelas por trás das nuvens. Estrelas jamais percebidas.
É preciso desconfiar desse pendor para o absurdo que nos impede de aceitar nossas realidades cruas.
Não, não dêem mais livros às escolas. Pais, não leiam para os seus filhos, podem levá-los a desenvolver esse gosto pela aventura e pela descoberta que fez do homem um animal diferente. Antes estivesse ainda a passear de quatro patas, sem noção de progresso e civilização, mas tampouco sem conhecer guerras, destruição, violência. Professores, não contem histórias, podem estimular um curiosidade indesejável em seres que a vida destinou para a repetição e para o trabalho duro.
Ler pode ser um problema, pode gerar seres humanos conscientes demais dos seus direitos políticos, em um mundo administrado, onde ser livre não passa de uma ficção sem nenhuma verossimilhança. Seria impossível controlar e organizar a sociedade se todos os seres humanos soubessem o que desejam. Se todos se pusessem a articular bem suas demandas, a fincar sua posição no mundo, a fazer dos discursos os instrumentos de conquista de sua liberdade.
O mundo já vai por um bom caminho. Cada vez mais as pessoas lêem por razões utilitárias: para compreender formulários, contratos, bulas de remédio, projetos, manuais, etc. Observem as filas, um dos pequenos cancros da civilização contemporânea. Bastaria um livro para que todos se vissem magicamente transportados para outras dimensões, menos incômodas. E esse o tapete mágico, o pó de pirlimpimpim, a máquina do tempo. Para o homem que lê, não há fronteiras, não há cortes, prisões tampouco. O que é mais subversivo do que a leitura?
É preciso compreender que ler para se enriquecer culturalmente ou para se divertir deve ser um privilégio concedido apenas a alguns, jamais àqueles que desenvolvem trabalhos práticos ou manuais. Seja em filas, em metrôs, ou no silêncio da alcova… Ler deve ser coisa rara, não para qualquer um. Afinal de contas, a leitura é um poder, e o poder é para poucos. Para obedecer, não é preciso enxergar, o silêncio é a linguagem da submisso. Para executar ordens, a palavra é inútil.
Além disso, a leitura promove a comunicação de dores, alegrias, tantos outros sentimentos. A leitura é obscena. Expõe o íntimo, torna coletivo o individual e público, o secreto, o próprio. A leitura ameaça os indivíduos, porque os faz identificar sua história a outras histórias. Torna-os capazes de compreender e aceitar o mundo do Outro. Sim, a leitura devia ser proibida.
Ler pode tornar o homem perigosamente humano.


Referência bibliográfica:
PRADO, J. & CONDINI, P. (Orgs.). A formação do leitor: pontos de vista. Rio de Janeiro: Argus, 1999. pp.71-3.

domingo, 21 de agosto de 2011

20 anos


Há muito tempo atrás, um casal de idosos que não tinham filhos, morava em uma casinha humilde de madeira, tinham uma vida muito tranquila, alegre, e ambos se amavam muito.

Eram felizes. Até que um dia...  
Aconteceu um acidente com a senhora.
Ela estava trabalhando em sua casa
quando começa a pegar fogo na cozinha
e as chamas atingem todo o seu corpo.

O esposo acorda assustado com os gritos e vai a sua 

procura, quando a vê coberta pelas chamas e 

imediatamente tenta ajudá-la.

O fogo também atinge seus braços e,
mesmo em chamas,
consegue apagar o fogo.

Quando chegaram os bombeiros
já não havia muito da casa,
apenas uma parte, toda destruída.

Levaram rapidamente o casal para o hospital mais próximo,
onde foram internados em estado grave
Após algum tempo
aquele senhor menos atingido pelo fogo
saiu da UTI e foi ao encontro de sua amada.

Ainda em seu leito a senhora toda queimada,
pensava em não viver mais,
pois estava toda deformada,
queimara todo o seu rosto.

Chegando ao quarto de sua senhora, ela foi falando:

-Tudo bem com você meu amor?

-Sim, respondeu ele,
pena que o fogo atingiu os meus olhos
e não posso mais enxergar,
mas fique tranquila amor
que sua beleza está  gravada em meu coração para sempre.

Então triste pelo esposo, a senhora pensou consigo mesma:

"Como Deus é bom,
vendo tudo o que aconteceu a meu marido,
tirou-lhe a  visão para que não presencie esta deformação em mim.
As chamas queimaram todo o meu rosto
e estou parecendo um monstro.
E Deus é tão maravilhoso que não deixou ele me ver assim,
como um monstro
Obrigado Senhor!"

Passado algum tempo e recuperados milagrosamente,
voltaram para uma nova casa,
onde ela fazia tudo para o seu querido e amado esposo,
e o esposo agradecido por tanto amor,
afeto e carinho,
 todos os dias dizia-lhe:

-COMO EU TE AMO.
Você é linda demais.
Saiba que você é e será sempre,
a mulher da minha vida!

E assim viveram mais  20 anos até que a senhora veio a falecer.  
No dia de seu enterro,
quando todos se despediam da bondosa senhora,
veio aquele marido com os olhos em lágrimas,
sem seus óculos escuros
e com sua bengala nas mãos.

Chegou perto do caixão,
beijou o rosto acariciando sua amada, disse em um tom apaixonante:

-"Como você é linda meu amor, eu te amo muito".

Ouvindo e vendo aquela cena
um amigo que esta ao seu lado
perguntou se o que tinha acontecido era milagre.  
Pois parecia que o velhinho parecia enxergar sua amada.

O velhinho olhando nos olhos do amigo,  
apenas falou com as lágrimas rolando quente em sua face:

-Nunca estive cego,
apenas fingia,
pois quando vi minha amada esposa toda queimada e deformada,
sabia que seria duro para ela continuar vivendo daquela maneira.
Foram vinte anos vivendo muito felizes e apaixonados!
Foram os 20 anos mais felizes de minha vida.

E emocionou a todos os que ali estavam presentes.


CONCLUSÃO

Na vida temos de provar que amamos!
Muitas vezes de uma forma difícil ... 
E, para sermos felizes,
temos de fechar os olhos para muitas coisas,
mas o importante é que se faça única e intensamente com AMOR!

domingo, 31 de julho de 2011

Testamento

O que não tenho e desejo
É que melhor me enriquece.
Tive uns dinheiros - perdi-os.
Tive amores - esqueci-os.
Mas no maior desespero
Rezei: ganhei essa prece.

Vi terras da minha terra
Por outras terras andei
Mas o que ficou marcado
No meu olhar fatigado
Foram terras que inventei

Gosto muito de crianças
Não tive um filho de meu.
Um filho!... Não foi de jeito...
Mas trago dentro do peito
Meu filho que não nasceu.

Criou-me desde eu menino,
Para arquiteto meu pai.
Foi-se me um dia a saúde...
Fiz me arquiteto? Não pude!
Sou poeta menor, perdoai!

Não faço versos de guerra
Não faço porque não sei.
Mas num torpedo-suicida
Darei de bom grado a vida
Na luta em que não lutei!

Manoel Bandeira

"Crescer...

É ser cada dia um pouco mais de nós mesmos.
É dar espontaneamente sem cobrar inconscientemente.
É aprender a ser feliz de dentro para fora.
É buscar no próximo um meio de nos prolongarmos.
É sentir a vida na natureza.
É entendermos a morte como natural da vida.
É conseguir a calma na hora do caos.
É termos sempre uma arma para lutar e um motivo para irmos em frente.
É saber a hora exata de parar e buscar algo novo.
É não devanear sobre o passado, mas trabalhar em cima dele para o futuro.
É reconhecer nossos erros e valoriza nossas virtudes.
É conseguirmos nossa liberdade com equilíbrio para não sermos libertinos.
É sabermos que nada nem ninguém é totalmente bem ou mal.
É exigir dos outros, apenas o que nós damos a eles.
É realizar algo edificante.
É sermos responsáveis por nossos atos e por suas consequências.
É entender que temos espaço de uma vida inteira para crescer.
É nos amarmos para podermos amar os outros como a nós mesmos.
É assumirmos que nunca seremos grandes, mas que o importante é estarmos sempre em crescimento."

TABACARIA (fragmentos)

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
____________________________________________

Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso ser tanta coisa.
E há tantos que pensam ser a mesma coisa que não pode haver tantos.
____________________________________________

Fiz de mim o que não soube,
e o que podia fazer de mim não o fiz.
O dominó que vesti era errado.
Conheceram-me logo por quem não era e não desmenti, e perdi-me.
Quando quis tirar a máscara,
estava pegada à cara.
Quando a tirei e me vi ao espelho,
Já tinha envelhecido 
(...)


Fernando Pessoa
(Álvaro Campos - 3ª fase da poesia)


domingo, 17 de julho de 2011

Meu filho, você não merece nada

A crença de que a felicidade é um direito tem tornado despreparada a geração mais preparada

Ao conviver com os bem mais jovens, com aqueles que se tornaram adultos há pouco e com aqueles que estão tateando para virar gente grande, percebo que estamos diante da geração mais preparada – e, ao mesmo tempo, da mais despreparada. Preparada do ponto de vista das habilidades, despreparada porque não sabe lidar com frustrações. Preparada porque é capaz de usar as ferramentas da tecnologia, despreparada porque despreza o esforço. Preparada porque conhece o mundo em viagens protegidas, despreparada porque desconhece a fragilidade da matéria da vida. E por tudo isso sofre, sofre muito, porque foi ensinada a acreditar que nasceu com o patrimônio da felicidade. E não foi ensinada a criar a partir da dor.

Há uma geração de classe média que estudou em bons colégios, é fluente em outras línguas, viajou para o exterior e teve acesso à cultura e à tecnologia. Uma geração que teve muito mais do que seus pais. Ao mesmo tempo, cresceu com a ilusão de que a vida é fácil. Ou que já nascem prontos – bastaria apenas que o mundo reconhecesse a sua genialidade.

Tenho me deparado com jovens que esperam ter no mercado de trabalho uma continuação de suas casas – onde o chefe seria um pai ou uma mãe complacente, que tudo concede. Foram ensinados a pensar que merecem, seja lá o que for que queiram. E quando isso não acontece – porque obviamente não acontece – sentem-se traídos, revoltam-se com a “injustiça” e boa parte se emburra e desiste.

Como esses estreantes na vida adulta foram crianças e adolescentes que ganharam tudo, sem ter de lutar por quase nada de relevante, desconhecem que a vida é construção – e para conquistar um espaço no mundo é preciso ralar muito. Com ética e honestidade – e não a cotoveladas ou aos gritos. Como seus pais não conseguiram dizer, é o mundo que anuncia a eles uma nova não lá muito animadora: viver é para os insistentes.

Por que boa parte dessa nova geração é assim? Penso que este é um questionamento importante para quem está educando uma criança ou um adolescente hoje. Nossa época tem sido marcada pela ilusão de que a felicidade é uma espécie de direito. E tenho testemunhado a angústia de muitos pais para garantir que os filhos sejam “felizes”. Pais que fazem malabarismos para dar tudo aos filhos e protegê-los de todos os perrengues – sem esperar nenhuma responsabilização nem reciprocidade.
É como se os filhos nascessem e imediatamente os pais já se tornassem devedores. Para estes, frustrar os filhos é sinônimo de fracasso pessoal. Mas é possível uma vida sem frustrações? Não é importante que os filhos compreendam como parte do processo educativo duas premissas básicas do viver, a frustração e o esforço? Ou a falta e a busca, duas faces de um mesmo movimento? Existe alguém que viva sem se confrontar dia após dia com os limites tanto de sua condição humana como de suas capacidades individuais?

Nossa classe média parece desprezar o esforço. Prefere a genialidade. O valor está no dom, naquilo que já nasce pronto. Dizer que “fulano é esforçado” é quase uma ofensa. Ter de dar duro para conquistar algo parece já vir assinalado com o carimbo de perdedor. Bacana é o cara que não estudou, passou a noite na balada e foi aprovado no vestibular de Medicina. Este atesta a excelência dos genes de seus pais. Esforçar-se é, no máximo, coisa para os filhos da classe C, que ainda precisam assegurar seu lugar no país.

Da mesma forma que supostamente seria possível construir um lugar sem esforço, existe a crença não menos fantasiosa de que é possível viver sem sofrer. De que as dores inerentes a toda vida são uma anomalia e, como percebo em muitos jovens, uma espécie de traição ao futuro que deveria estar garantido. Pais e filhos têm pagado caro pela crença de que a felicidade é um direito. E a frustração um fracasso. Talvez aí esteja uma pista para compreender a geração do “eu mereço”.

Basta andar por esse mundo para testemunhar o rosto de espanto e de mágoa de jovens ao descobrir que a vida não é como os pais tinham lhes prometido. Expressão que logo muda para o emburramento. E o pior é que sofrem terrivelmente. Porque possuem muitas habilidades e ferramentas, mas não têm o menor preparo para lidar com a dor e as decepções. Nem imaginam que viver é também ter de aceitar limitações – e que ninguém, por mais brilhante que seja, consegue tudo o que quer.

A questão, como poderia formular o filósofo Garrincha, é: “Estes pais e estes filhos combinaram com a vida que seria fácil”? É no passar dos dias que a conta não fecha e o projeto construído sobre fumaça desaparece deixando nenhum chão. Ninguém descobre que viver é complicado quando cresce ou deveria crescer – este momento é apenas quando a condição humana, frágil e falha, começa a se explicitar no confronto com os muros da realidade. Desde sempre sofremos. E mais vamos sofrer se não temos espaço nem mesmo para falar da tristeza e da confusão.

Me parece que é isso que tem acontecido em muitas famílias por aí: se a felicidade é um imperativo, o item principal do pacote completo que os pais supostamente teriam de garantir aos filhos para serem considerados bem sucedidos, como falar de dor, de medo e da sensação de se sentir desencaixado? Não há espaço para nada que seja da vida, que pertença aos espasmos de crescer duvidando de seu lugar no mundo, porque isso seria um reconhecimento da falência do projeto familiar construído sobre a ilusão da felicidade e da completude.

Quando o que não pode ser dito vira sintoma – já que ninguém está disposto a escutar, porque escutar significaria rever escolhas e reconhecer equívocos – o mais fácil é calar. E não por acaso se cala com medicamentos e cada vez mais cedo o desconforto de crianças que não se comportam segundo o manual. Assim, a família pode tocar o cotidiano sem que ninguém precise olhar de verdade para ninguém dentro de casa.

Se os filhos têm o direito de ser felizes simplesmente porque existem – e aos pais caberia garantir esse direito – que tipo de relação pais e filhos podem ter? Como seria possível estabelecer um vínculo genuíno se o sofrimento, o medo e as dúvidas estão previamente fora dele? Se a relação está construída sobre uma ilusão, só é possível fingir.

Aos filhos cabe fingir felicidade – e, como não conseguem, passam a exigir cada vez mais de tudo, especialmente coisas materiais, já que estas são as mais fáceis de alcançar – e aos pais cabe fingir ter a possibilidade de garantir a felicidade, o que sabem intimamente que é uma mentira porque a sentem na própria pele dia após dia. É pelos objetos de consumo que a novela familiar tem se desenrolado, onde os pais fazem de conta que dão o que ninguém pode dar, e os filhos simulam receber o que só eles podem buscar. E por isso logo é preciso criar uma nova demanda para manter o jogo funcionando.

O resultado disso é pais e filhos angustiados, que vão conviver uma vida inteira, mas se desconhecem. E, portanto, estão perdendo uma grande chance. Todos sofrem muito nesse teatro de desencontros anunciados. E mais sofrem porque precisam fingir que existe uma vida em que se pode tudo. E acreditar que se pode tudo é o atalho mais rápido para alcançar não a frustração que move, mas aquela que paralisa.

Quando converso com esses jovens no parapeito da vida adulta, com suas imensas possibilidades e riscos tão grandiosos quanto, percebo que precisam muito de realidade. Com tudo o que a realidade é. Sim, assumir a narrativa da própria vida é para quem tem coragem. Não é complicado porque você vai ter competidores com habilidades iguais ou superiores a sua, mas porque se tornar aquilo que se é, buscar a própria voz, é escolher um percurso pontilhado de desvios e sem nenhuma certeza de chegada. É viver com dúvidas e ter de responder pelas próprias escolhas. Mas é nesse movimento que a gente vira gente grande.

Seria muito bacana que os pais de hoje entendessem que tão importante quanto uma boa escola ou um curso de línguas ou um Ipad é dizer de vez em quando: “Te vira, meu filho. Você sempre poderá contar comigo, mas essa briga é tua”. Assim como sentar para jantar e falar da vida como ela é: “Olha, meu dia foi difícil” ou “Estou com dúvidas, estou com medo, estou confuso” ou “Não sei o que fazer, mas estou tentando descobrir”. Porque fingir que está tudo bem e que tudo pode significa dizer ao seu filho que você não confia nele nem o respeita, já que o trata como um imbecil, incapaz de compreender a matéria da existência. É tão ruim quanto ligar a TV em volume alto o suficiente para que nada que ameace o frágil equilíbrio doméstico possa ser dito.

Agora, se os pais mentiram que a felicidade é um direito e seu filho merece tudo simplesmente por existir, paciência. De nada vai adiantar choramingar ou emburrar ao descobrir que vai ter de conquistar seu espaço no mundo sem nenhuma garantia. O melhor a fazer é ter a coragem de escolher. Seja a escolha de lutar pelo seu desejo – ou para descobri-lo –, seja a de abrir mão dele. E não culpar ninguém porque eventualmente não deu certo, porque com certeza vai dar errado muitas vezes. Ou transferir para o outro a responsabilidade pela sua desistência.

Crescer é compreender que o fato de a vida ser falta não a torna menor. Sim, a vida é insuficiente. Mas é o que temos. E é melhor não perder tempo se sentindo injustiçado porque um dia ela acaba.


ELIANE BRUM
Jornalista, escritora e documentarista. Ganhou mais de 40 prêmios nacionais e internacionais de reportagem. É autora de Coluna Prestes – O Avesso da Lenda (Artes e Ofícios), A Vida Que Ninguém Vê (Arquipélago Editorial, Prêmio Jabuti 2007) e O Olho da Rua (Globo).

sábado, 9 de julho de 2011

Faça o teste e descubra seu arcano

Seu Arcano Pessoal é:

21 - O MUNDO

Palavras-Chave:

Universalismo e Realização



Acontecimento marcante a nível psicológico aos 21 anos;
Expansão e otimismo;
Excessos que podem ser cometidos com facilidade;
Indulgência;
Entusiasmo e energia;
Deseja fazer coisas grandes: pensa alto;
Confiança demais pode prejudicar;
Quer fazer tudo ao mesmo tempo;
Sorte quer dizer preparo + oportunidade;
Interesse vivo pelas culturas;
Atração por tudo ligado ao Universo;
Não se deixe cegar com sua própria luz;
Avanços e progressos rápidos;
Ganha quando sente que merece;
Gosta de agradar a todos e recompensa quem te ajudou;
Necessita de espaço para si;
Contrariedades emocionais;
Precisa sempre assumir uma posição;
Cuidado com um lado voluntarioso;
Apreensão quanto ao futuro;
Ansiedade;
Grandes expectativas;
Nem tudo leva a sério;
Anseia por uma grande capacidade criativa;
Fascínio por grandes monumentos ou obras;
Atenção quanto ao sistema linfático, gordura ou glicose, colesterol, útero;
Sentimento de vitória iminente;
Não se envolva com pessoas dramáticas;
Aprenda a renunciar;
Certeza interior;
Atração pelo mundo simbólico;
Não desperdice suas chances pessoais;
Evite a acomodação;
Planeje com carinho;
Tipo visionário;
Comunga com idéias originais;
Trabalhe a insensatez;
Tenha os pés no chão!
É o momento, nesta vida, de realizar seus sonhos;
Bençãos espirituais;
Obtém ajuda inesperada.



NÃO ESQUECER QUE AS PESSOAS CASADAS, DEVEM DIGITAR O NOME DE SOLTEIRA!
INCRÍVEL ... VC VAI SE SURPREENDER.

sábado, 4 de junho de 2011

Uma estória comovente


"Ele estava na 3ª série em que eu lecionei na escola Saint Mary's em
Morris, Minnesota USA. Todos os 34 alunos eram importantes para mim, mas Mark Eklund era um em um milhão. Muito bonito na aparência, mas com aquela atitude 'é tão bom estar vivo' que fazia mesmo travessuras interessantes.
Mark falava incessantemente. Eu tinha que lembrá-lo a toda hora, que
conversar sem pedir licença não era permitido.
O que me impressionava muito, porém, era sua resposta sincera toda vez que
eu precisava chamar sua atenção pelas travessuras:
- "Obrigado por me corrigir, Irmã!"
Eu não sabia o que fazer disto, mas ao invés me acostumei a ouvir esta frase
muitas vezes ao dia. Uma manhã eu já estava perdendo a paciência quando o
Mark falava repetitivamente, e eu cometi um erro de professor principiante.
Olhei para o Mark e disse:
- "Se você disser mais uma palavra, eu taparei sua boca com fita adesiva!"
Passaram-se dez segundos quando Chuck deixou escapar :
-"O Mark está conversando de novo."
Eu não havia pedido a nenhum dos alunos para me ajudar a cuidar do Mark, mas como dei o aviso da punição na frente de toda a classe, eu tive de tomar uma atitude. Eu lembro a cena como se fosse hoje. Eu caminhei até a minha mesa, deliberadamente abri minha gaveta, e peguei um rolo de fita adesiva. Sem dizer uma palavra, fui até a mesa do Mark, destaquei dois pedaços de fita e fiz um X sobre a boca dele. Voltei, então, para a frente da sala de aula.
Assim que olhei para o Mark para ver o que estava fazendo, ele piscou para
mim.
Isto foi o suficiente!! Eu comecei a rir.
A turma aplaudiu assim que retornei a mesa do Mark, removi a fita, e
encolhi meus ombros. Suas primeiras palavras foram:
- "Obrigado por me corrigir, Irmã."
Recebi uma proposta para assumir uma turma de 1º grau de matemática no final do ano. Os anos passaram, e antes que eu soubesse, Mark estava na minha turma novamente. Ele estava mais bonito que nunca e tão educado. Uma vez que teria de escutar atentamente minhas explicações na "nova matemática", ele não falou tanto na nona série, como fez na terceira.
Numa sexta-feira, as coisas não pareciam boas. Havíamos trabalhado duro a
semana toda em cima de um conceito matemático, eu senti que os alunos
estavam tensos, frustrados com eles mesmos, e nervosos uns com os outros.
Eu tinha de parar este mau humor antes que fugisse do meu controle, então
pedi a eles que listassem os nomes dos colegas de classe em duas folhas de papel, deixando um espaço entre cada nome. Daí eu disse a eles para pensarem na coisa mais legal que eles poderiam dizer sobre cada um dos seus colegas e escrever na lista. Isto levou o restante do período de aula para terminar esta tarefa, e à medida que iam deixando a sala, cada um foi me entregando suas listas.
Mark disse:
- "Obrigado por me ensinar Irmã. Tenha um bom final de semana."
Naquele sábado, escrevi o nome de cada aluno numa folha separada, e listei
o que os outros haviam escrito sobre cada indivíduo.
Na segunda-feira eu entreguei as listas para cada um dos alunos.
Logo, toda a sala estava sorrindo.
- "Mesmo?"
Eu ouvi uns sussurros.
- "Eu nunca pensei que eu significasse tanto para alguém!"
- "Eu não sabia que outros gostavam tanto de mim."
Ninguém nunca mais mencionou sobre estes papéis em sala de aula. Nunca
soube se eles discutiram sobre o assunto depois da aula, ou com seus pais, mas não importava.
O exercício atingiu o seu objetivo. Os alunos estavam felizes com eles
mesmos e com os outros novamente. Aquele grupo de estudantes seguiu seu caminho.
Vários anos mais tarde, depois de retornar das minhas férias, meus pais se
encontraram comigo no aeroporto. No caminho de volta para casa, minha mãe me fez as perguntas usuais sobre a viagem, o tempo, minhas experiências em geral. Houve uma pausa na conversa. Minha mãe deu uma olhada para meu pai e disse:
- "Pai?"
Meu pai limpou a garganta como sempre fez antes de dizer algo importante.
-"Os Eklunds ligaram ontem à noite," ele começou.
-"Mesmo?" eu disse. "Eu não soube deles por anos. Eu fico imaginando como
está o Mark."
O meu pai respondeu em baixo tom:
- "Mark foi morto no Vietnã, o funeral é amanhã, e os pais dele gostariam
que você fosse."
A partir deste dia, eu marquei o ponto exato da freeway I-494 quando o meu
pai me deu a notícia sobre o Mark.
Eu nunca havia visto um militar num caixão antes. Mark estava tão bonito,
tão maduro. Tudo o que pude pensar naquele momento foi :
- "Mark, eu daria todas as fitas adesivas do mundo se você pudesse falar
comigo."
A igreja estava cheia de amigos do Mark.
A irmã do Chuck cantou "The Battle Hymn of the Republic."
Por que teve de chover no dia do funeral? Já era difícil o suficiente estar
ao lado da sepultura. O pastor recitou as orações normais e o trompete soou. Um a um aqueles que amavam Mark aproximaram-se do caixão pela última vez e o borrifaram com água benta.
Eu fui a última a abençoar o caixão. Enquanto eu estava ali, um dos soldados que carregava um manto se aproximou e perguntou:
- "Você foi professora de matemática do Mark?"
Eu concordei e continuei a olhar o caixão.
- "Mark falava muito sobre você." ele disse.
Depois do funeral, a maior parte dos colegas de Mark dirigiram-se para a
fazenda de Chuck para o almoço. Os pais do Mark estavam lá, obviamente esperando por mim.
- "Nós queremos lhe mostrar algo" disse o pai, tirando a carteira dele do
bolso.
-"Eles acharam isto com o Mark quando ele foi morto. Achamos que você
reconheceria."
Abrindo a carteira, ele cuidadosamente removeu duas folhas de caderno bem
velhas que foram obviamente remendadas com fita, dobrados e desdobrados muitas vezes.
Eu já sabia, sem ter de olhar para elas, que se tratava daqueles papéis
onde eu listei as coisas boas que cada um dos colegas do Mark haviam escrito sobre ele.
- "Muito obrigado por fazer isso." disse a mãe de Mark. “Como você pode
ver, Mark apreciou muito."
Os colegas do Mark começaram a se aproximar de nós.
Charlie sorriu timidamente e disse:
- "Eu ainda tenho a minha lista. Está na primeira gaveta da minha escrivaninha em casa."
A esposa do Chuck disse:
- "O Chuck me pediu para colocar a lista dele no nosso álbum de casamento."
- "Eu tenho a minha também." disse Marilyn. "Está no meu diário."
Então Vicki, uma outra colega, pegou a sua lista toda amassada do bolso e a
mostrou para o grupo.
- "Eu sempre a carrego comigo." disse Vicki sem mover um cílio.
- "Eu acho que todos nós guardamos nossas listas."
Foi quando então, eu realmente sentei e chorei. Eu chorei por Mark e por todos seus amigos que nunca o veriam novamente."


Escrito por: Irmã Helen P. Mosla.

A densidade de pessoas na sociedade é tão espessa que esquecemos que a vida vai acabar um dia e nós não sabemos quando será o nosso dia.
Então diga às pessoas que você ama e gosta, que elas são especiais e
importantes. Diga a elas, antes que seja muito tarde."